FOTO DE ARQUIVO 2012
A impressão que bate no meu
peito é que Flor espanta todas as vezes que me reencontra. Se antes fui
prejudicial, hoje poderia ser solução, afinal se aproximando pode saber ou
dizer algo sobre o ex- affer Ribalta, que ainda deve mexer afinal o bolso
encurtou e nada melhor que tentar uma volta triunfal. É engraçado a cara de
cãozinho de madame num misto de agonia,medo,sei lá,até pavor..E é exatamente ai
que vou colhendo dados para o remate final de meu romance.
Estávamos no Quintal quando
a caminho do toalete encontro no balcão Flor com um cara sacártico assistiam ao
jogo do Santos.DoNA esteve o tempo todo fora,numa mesa com amigas..Ele me
cumprimentou,me olhou sem graça,como quê desejando saber algo...passei dei um
oi e retornei a mesa.A bera gelada ,numa noite de inverno quente,parecia noite
de verão..Dedé saltitante exibia um garoto que se diz do Rio e quer um pacote
para os dois em Julho..Chega Dôra que espanta-se em me ver no bar,Clau me
cumprimentou também e foram para outras mesas.Acho que olhares se cruzaram com
Flor.Senti uma certa apreensão no olhar de Heliodora que se achava que eu e
Ribalta fossemos um casal,agora estaria
certo disto..Eu com uma vistosa camisa FRANCE estaria li a senha que
esperavam,afinal recém chegado da França trouxera de presente para o
Love...Alias eles ficaram meio atônitos,geralmente visto camisas com nome de
países,estados,cidades mais simples ou famosas do mundo.Adoro este tipo de
roupa e como Dôra,Flor me olhava de cima em baixo,afinal apesar da idade ainda
bato bem uma bolinha.Vejo olhares,paqueras,pessoas me desejando,mas sou um
estúpido e acabo sozinho..Antes só que mal acompanhando.Quem eu desejo não me
quer...
O celular não parava de
tocar. Era o Lan lan querendo saber se não sairíamos para o ESTAÇÃO 2000 que
reinaugurava o espaço para todas as
classe.Nos mandamos prá lá e metade do HI Fi estavam presentes entre
sorrisos, abraços e flertes noto que o amigo de Flor que estava junto no balcão
do HI Fi me encarava,procurava aproximar-se e até que numa saída do banheiro o
desgraçado veio,me pegou,acabou me tascando um beijo e cochichava em meus
ouvidos convidando-me para ir dormir com ele.Que nojo de gente,cara idiota e
sai..Ficamos a mesa com Lan lan,Dudu,o Lessa,o Geradin ,Elias
Pimpão,Marquinhos,Mareth que encheu a cara e de novo aprontou...Atrás de nós
num cantinho observo os amassos e beijos de Flor e DoNA...parecem um casal
lindo e exemplar,cheio de afeto,tesão,,corpos a bailar no som das musicas..E o
olhar de Flor é algo meio Monalisa,tem mistérios e aparenta ser um psicopata frio e calculista...
E ali entre meus copos de
cerveja e olhares imaginava o que Flor pensava e traçava procurando pela boate
um novo alguém... Aquele chamego estava arrumado demais e Flor parecia
translúcida, mas enlouquecida nos braços de Dom, o desinteresse dos
frequentadores por ele era nítido e simples e parecia ser estúpida a
necessidade dele encher a cara de cerveja. Assim como Mareth, Flor tentava
gritar, mas um grito que os ouvidos dos amantes jamais ouviriam e após subir e
descer as escadas todas em vão Flor sentia-se solitária nos braços de DoNA...
As pessoas transitando, todos a olharem, outros disfarçavam e eram impiedosos,
Flor acabara a noite sozinha mesma nos braços daquela figura com cara de papa e
de boneco de plástico!
Não fizeram merecedoras nem de um
encontrão casual de olhares... E nem tive tempo de compreender os dois ali sem
companhia, sem amigos. Se ao menos houvesse mais coroas solitários regados a
uísques ele sentiria melhor. O copo sempre foi o mais fiel dos seus
companheiros; ele afogava nele para não ter que se afogar nas pessoas.
Eles ainda beijaram-se, puxavam-se os
cabelos, amassavam o rosto e passavam quase despercebidos, a não ser por meus
olhos de lince que não fugia um instante.
Agora já não os quero mais
- dizia convicto pra si mesmo. Mas assim que um transeunte se aproximava, a
esperança, essa maldita que não aprendeu a se conter, voltava a pulsar com toda
força. Percebi todos os desejos de Flor, fisicamente. Porque nunca estavam a
não ser fisicamente. É o mal dos interessados...
Não havia razões aparentes para aquilo,
me soava mais como punição. Punição de quê? Por quê? Não nasceu para ser
punida, fiquem sabendo! Não nasceu pra isso por não ter estrutura pra isso.
Será que fez algo? Pagando língua,
ironizei!Eram muitas coisas de ruim, não caberiam todos na sua ruindade.
Ou será que ainda não percebeu as
dimensões monstruosas da sua ruindade? Talvez já fossem gritantes prós outros,
mas não pra Flor. Não ainda. É que, pra mim, o seu aglomerado não pode ser
visto a olhos nus.
E eu ainda não tinha encontrado as
lentes certas, mesmo assim, meu amor, tudo isso poderia melhorar com uma dose
de cerveja e eu terminaria meu romance.
Flor já está me incomodando muito...
Depois desta camisa será muito mais que apenas um romance...
Ushuaia Dean, feriado, 23 de Junho 2011.
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