sábado, 2 de junho de 2012

A CAMISA DA DISCÓRDIA


                          
                                FOTO DE ARQUIVO 2012                     

A impressão que bate no meu peito é que Flor espanta todas as vezes que me reencontra. Se antes fui prejudicial, hoje poderia ser solução, afinal se aproximando pode saber ou dizer algo sobre o ex- affer Ribalta, que ainda deve mexer afinal o bolso encurtou e nada melhor que tentar uma volta triunfal. É engraçado a cara de cãozinho de madame num misto de agonia,medo,sei lá,até pavor..E é exatamente ai que vou colhendo dados para o remate final de meu romance.
Estávamos no Quintal quando a caminho do toalete encontro no balcão Flor com um cara sacártico assistiam ao jogo do Santos.DoNA esteve o tempo todo fora,numa mesa com amigas..Ele me cumprimentou,me olhou sem graça,como quê desejando saber algo...passei dei um oi e retornei a mesa.A bera gelada ,numa noite de inverno quente,parecia noite de verão..Dedé saltitante exibia um garoto que se diz do Rio e quer um pacote para os dois em Julho..Chega Dôra que espanta-se em me ver no bar,Clau me cumprimentou também e foram para outras mesas.Acho que olhares se cruzaram com Flor.Senti uma certa apreensão no olhar de Heliodora que se achava que eu e Ribalta fossemos um casal,agora estaria  certo disto..Eu com uma vistosa camisa FRANCE estaria li a senha que esperavam,afinal recém chegado da França trouxera de presente para o Love...Alias eles ficaram meio atônitos,geralmente visto camisas com nome de países,estados,cidades mais simples ou famosas do mundo.Adoro este tipo de roupa e como Dôra,Flor me olhava de cima em baixo,afinal apesar da idade ainda bato bem uma bolinha.Vejo olhares,paqueras,pessoas me desejando,mas sou um estúpido e acabo sozinho..Antes só que mal acompanhando.Quem eu desejo não me quer...
O celular não parava de tocar. Era o Lan lan querendo saber se não sairíamos para o ESTAÇÃO 2000 que reinaugurava o espaço para todas as  classe.Nos mandamos prá lá e metade do HI Fi estavam presentes entre sorrisos, abraços e flertes noto que o amigo de Flor que estava junto no balcão do HI Fi me encarava,procurava aproximar-se e até que numa saída do banheiro o desgraçado veio,me pegou,acabou me tascando um beijo e cochichava em meus ouvidos convidando-me para ir dormir com ele.Que nojo de gente,cara idiota e sai..Ficamos a mesa com Lan lan,Dudu,o Lessa,o Geradin ,Elias Pimpão,Marquinhos,Mareth que encheu a cara e de novo aprontou...Atrás de nós num cantinho observo os amassos e beijos de Flor e DoNA...parecem um casal lindo e exemplar,cheio de afeto,tesão,,corpos a bailar no som das musicas..E o olhar de Flor é algo meio Monalisa,tem mistérios e aparenta  ser um psicopata frio e calculista...
E ali entre meus copos de cerveja e olhares imaginava o que Flor pensava e traçava procurando pela boate um novo alguém... Aquele chamego estava arrumado demais e Flor parecia translúcida, mas enlouquecida nos braços de Dom, o desinteresse dos frequentadores por ele era nítido e simples e parecia ser estúpida a necessidade dele encher a cara de cerveja. Assim como Mareth, Flor tentava gritar, mas um grito que os ouvidos dos amantes jamais ouviriam e após subir e descer as escadas todas em vão Flor sentia-se solitária nos braços de DoNA... As pessoas transitando, todos a olharem, outros disfarçavam e eram impiedosos, Flor acabara a noite sozinha mesma nos braços daquela figura com cara de papa e de boneco de plástico!
Não fizeram merecedoras nem de um encontrão casual de olhares... E nem tive tempo de compreender os dois ali sem companhia, sem amigos. Se ao menos houvesse mais coroas solitários regados a uísques ele sentiria melhor. O copo sempre foi o mais fiel dos seus companheiros; ele afogava nele para não ter que se afogar nas pessoas.
Eles ainda beijaram-se, puxavam-se os cabelos, amassavam o rosto e passavam quase despercebidos, a não ser por meus olhos de lince que não fugia um instante.
Agora já não os quero mais - dizia convicto pra si mesmo. Mas assim que um transeunte se aproximava, a esperança, essa maldita que não aprendeu a se conter, voltava a pulsar com toda força. Percebi todos os desejos de Flor, fisicamente. Porque nunca estavam a não ser fisicamente. É o mal dos interessados...
Não havia razões aparentes para aquilo, me soava mais como punição. Punição de quê? Por quê? Não nasceu para ser punida, fiquem sabendo! Não nasceu pra isso por não ter estrutura pra isso.
Será que fez algo? Pagando língua, ironizei!Eram muitas coisas de ruim, não caberiam todos na sua ruindade.
Ou será que ainda não percebeu as dimensões monstruosas da sua ruindade? Talvez já fossem gritantes prós outros, mas não pra Flor. Não ainda. É que, pra mim, o seu aglomerado não pode ser visto a olhos nus.
E eu ainda não tinha encontrado as lentes certas, mesmo assim, meu amor, tudo isso poderia melhorar com uma dose de cerveja e eu terminaria meu romance.
Flor já está me incomodando muito... Depois desta camisa será muito mais que apenas um romance...

Ushuaia Dean, feriado, 23 de Junho 2011.

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