FOTO ARQUIVO PESSOAL
Olhar meio
apavorado entrega certas indagações e naquela camisa listrada lembrando o
Metralha o condena, por detrás da máscara, o instante, o colapso e um amor meio
impedido. Não antevenho o tamanho do risco e porque apostar o improvável se
Flor derrapa nos olhares sórdidos, enquanto pensa que engana a todos... Mais
cedo, esquina de São Paulo com Augusto de Lima, Flor desfilava quase rebolando
de mãos dadas a Dôra, num chamego só, segundo uma testemunha ocular amiga de
goles no Quintal Favorito.
Torna presente o mal que está ausente na vaidade daquele
olhar de sempre, parece com fome e vontade de azarar a qualquer um desavisado
ou interessado em momento de gloria sexual...
Entretenho o tempo e tento ingerir aquela criatura que
perdi a vontade descreve-lo..Sei lá,segundo meu amigo Ritalbo é uma puta
analfabeta e tão sem pudor que realmente não vale a pena a perda de
tempo..Preciso arrumar outro personagem raifaiano...
O Quintal estava a
habitar pelos pombos noturnos, carcarás imundos e ratazanas azarentas até que
Marquinhos precisava ir ao Mineiro Bill
levar os convites de nossa BOTECADA e ali acontecia o encontro dos ursos.Quanta
gente feia e todos conheciam todos..Um misto de admiração e surpresas,afinal o
que haviam de caçadores não estava no script e controlei meu espanto
desesperado de esperança naquele momento...Alguns gorditos me encaravam,mas me
limitei ao papo com Marquinhos,Dudu e dois amigos deles.Ir ali a procura de
alguém é como paquerar um professor,todos conhecidos do Quintal ou de outros guetos
a desfilar em suas roupas coloridas e barbas por fazer...
Ficamos pouco e saímos à francesa, afinal Marcola quando
cansa é cama e tchau mesmo...
Chegamos a Estação 2000 e Dudu exigiu que eu ficasse de
companhia, o Lan Lan estava numa formatura de alguém próximo e então ali começa
a magia. Vê só Lana Lan só deixou Dudu sozinho se eu fosse seu companheiro de
noitada, mas como controlar os desejos de Dudu, que só sossegou quando o
apresentei ao professor Pedro?Um Ursão de barba branca que é meu cliente na
agência. Vez outra pega passagens comigo...
O medo que sinto, de ser taxado de sacana me faz esconder
num sorriso tímido e amarelado. Não gosto disto, pois comigo é coisa séria
estar e ter alguém. Sempre respeitei meus namorados mais na ausência, às vezes
dava manota de elogiar alguém na frente do Rafael, do Gerson, do Lyzias, do
Fernando e do Eloizio.
A minha ansiedade deita-se ao sem vergonha de Flor que esfregava,
amassava e beijava Flor com volúpia e prazer. Parecia no cio, enquanto Juba
observava tudo com olhos de águia...Um misto de exibição,mas pensei exibir DoNA,meu
Deus,aonde chegamos...A Estação cheia e eles ali como dois cabritos
apaixonados.Sinto que realmente Flor é refém de DoNA...
Asfixio o meu peso junto cadeira e dá vontade de gritar,
entretanto, as duas fingem que não existem pessoas ao lado e ignoram a todos...
Tremendos filhos da mãe e o infinito revelam-se em sucessivos cruzamentos de
comoção e pena.
As horas passam sem o relógio fazer barulho, mas a música
da tal Ângela Evans ecoava em delírios dos moiçolos, mas sinceramente a
Paulinha Sete canta melhor e mais bonito... É uma variante a duvida
Sem saber o que esperar a noite, essa passa devagar. O
visível ganha formas mais concretas, o sono bate, Lan Lan não vem e Flor vai
embora com aquela testa de boi lambido...Do mesmo modo, que os sentidos fazem
parte da morte e da vida,imagino enquanto bebes com o outro e o que sentes!
Não posso adivinhar se ainda Flor vai a tempo agradar DoNA.
Mas ali com uma touca na cabeça Flor
parece o Metralha, sem dúvidas, faltou apenas àquela bola de ferro acorrentada
aos pés.
A boate parece um quarto trancado, eles fumam e bebem.
Escrevo meus pensamentos na memória, a madrugada adentra
e o que realmente tenho que fazer é observar as outras criaturas da noite
enquanto uma força me faz lúcido e meio lúcifer coçando a cabeça em soluço e
sigo para casa...
Ushuaia Dean, sábado 16 de Julho
2011.
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