sábado, 2 de junho de 2012

TERCEIRO


                                   Foto: arquivo pessoal

A noite de sexta, ele trouxe o seu belo perfil e confrontou-me com os seus olhos claros. Nada conseguia fazer sentido a não o ser o fato de todos observarem aquela pessoa diferente no Quintal Favorito. Será que o sabia? Uma conversa de Marco e Eduardo que em tons de castanho, eu tentava decifra-lo. Adoro olhos castanhos. Na mesa agradável e ao som dos barulhos dos carros na Bias Fortes tentava conciliar ambos. Tento ler nas entrelinhas enquanto ele apregoa uma vontade que não sei qual seja. Hesito entre a vontade natural de lhe fazer perguntas e a vontade de me conservar calado. Gostava de poder dar uma definição justa do que sinto. Aliás, posso dar, mas receio que não seja aceite. A vida é isto, uma sequência de interrogações, de vontades não realizáveis. Não quero pensar nas razões que me levam a ignorar e manter o silêncio, porque para mim são convincentes demais. Ocorre-me o estado letárgico em que se torna tudo mais fácil, porque ao acordar tem-se a perspectiva de que talvez tivéssemos sonhado. Raios, sonhado como, se eu o toco? Se o ouço e "bebo" as palavras que diz, uma a uma? Não posso estar a sonhar nem tão pouco a dormir. Limito-me aos silêncios, das perguntas sem resposta e prudentemente tento não me lembrar de tudo. Ajeito-me na cadeira enquanto faço um esforço para não cair nas recordações que me devoram.
Então vejo outras pessoas e falo de nossa festa no Mineiro Bill em agosto e ali consegui vender 10 convites, só no papo com amigos.
Apetece-me ser um homem com vergonha e arrancá-lo deste marasmo, mas não passo de um simples plebeu. Como costumo dizer: um filho da puta considera que ainda não chegou a sua hora. Pobre e favelado puritano que aprendeu a acreditar que a vida é feita de encontros e desencontros e como isso não bastasse ainda tenta dar um nome a tudo.
O papo estava interessante com Duardão, com Ronan, o ator, e tantos outras criaturas “ RAFAINAS “,e me vejo preso na mesa,quase nos braços de Flor,que só  fui notar pela voz.DoNA já estava lá e acabei ainda passando convites após insistência de Flor...Enfim conheci o tal amigo deles que só via de papo com boys,Terceiro.Acho que é este o nome..Meu Deus e eu que achava que só eu tinha nome feio... O tempo urge e como se não chegasse não sermos capazes de ver ao longe, dispersamo-nos por outros caminhos. A vida é hoje, agora. Incomodo-me saber que ESTOU PERDENDO O RUMO. Flor está cada dia mais perto, eu sei. Não devias sentir-te afetado e deverias ser corajoso e lançar, nem que fosse em sussurro: Eu também tenho nojo de Flor...
Trata DoNA como minha mulher, que ela é isto e aquilo mais... Falou tantas bobagens querendo ser inteligente, mas ao ler o menu da BOTECADA,soletrava feito criança de grupo escolar municipal. Num dado momento estava discutindo, alguém da mesa aprontou. Bodinho, Noel Flor e DoNA estavam meios que perdidos e indignados... Na verdade queria mesmo era saber se Noel iria a Paris com a gente, após o Dedé e DoNA descartarem...
DEDÉ vai prá Maceió com um ex-caso e vai pagar tudo... Quarta ficou de fechar, vai pegar os convites para ir com outros amigos, já que Dôra é nariz empinado e não vai ao Mineiro Bill. Falou com ar de desprezo e despeito, coisa feia, mas ficou na dele e me teceu elogios, o qual fiquei vermelho, afinal receber elogios é bom, mas acredito que tenha o momento exato...
Até já.

Ushuaia Dean, 09 de Julho 2011

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