sábado, 2 de junho de 2012

FIM DE FLOR


                                
                                  Foto:Arquivo pessoal 2012

 Neste leito perene o paulatinamente... Matar Flor!
Minha imaginação secou, minhas ideias coagularam para a eternidade, dos meus olhos restam duas pedras D’água salgada; minha cabeça nada mais é que o casco ermo onde habitou não sei em que tempo distante, uma alma viva e apaixonada nestas aventuras noturnas de Flor.
Onde um turbilhão de coisas se revolvia continuamente na minha calma rotineira
Por entre ondas de paixões intensas e de sentimentos nobres que reviviam os valores que serviram de motor para a grande história da Historia da humanidade desta Flor que não vale uma migalha de pão dormido.
Já nada vejo mato Flor com um corte profundo no pescoço, assim ele nunca mais beijará Dom,Heliodora e tantos ratos da madrugada e neste espelho em frente nada refletem,alias já nem se percebe onde está essa camada refletora de todos aqueles momentos que me fizeram vibrar no meu casulo ensanguentado.
Resolveu e nos cumprimentou de longe, vistosa com a mesma calça jeans, o mesmo tênis branco da Nike e uma bonita camisa em listas horizontais meio metralha, mas outra,parecendo nova,podendo ser algum presente de aniversário, de Dôra ou DoNA...
Soltei-me a língua por entre os lábios teimosos, libertando a saliva lá do fundo, afinal Flor e Carcará no mesmo Quintal é demais para mim, sorrisos marotos e sádicos a cada gol que o Galo tomava do time do  Santos... E o francês já gasto das minhas palavras, antes era sedutor a cada um que ofereço à viagem a França, e enquanto observava os outros amigos em marcantes gargalhadas soltando para o mundo recebendo braços abertos, com as costas voltadas para o meu lado, mas isso era então todo indiferente, tão longe de tudo aquilo que importava para eu me sentir vivo.
Em vão procuro sentir minha voz, outrora limusine do meu pensar, caiu no abismo perene das entranhas culturais, deste nada que te aprisionou a alma e que vendeu o corpo ao grande fim, sem me conceder o direito a um ultimo adeus.
Flor que poderia ser ninfa do sonho, que sustentam a vida das almas errantes, pensa iludida saber viver, tanto nas filosofias dos mistérios do mundo, como nos prazeres adocicados, que nos embriagam o corpo num deleite energético que nos prende a vida.
Tudo desapareceu, ainda ouvi dizer ao Marquinhos que iram ao Mineiro Bill numa festa...
E eu fiquei para trás, num tempo quebrado, perdido, no vácuo deste insólito nada, que de abismo em abismo, de tudo se apodera, sem moderação chega à gananciosa morte, sem jamais ter vencido!
Nem sequer um adeus ou uma oportunidade para rever e abandoná-la, destituído de mim, prostituiu vida para engrandecer esse usurpador que na ultima página cunha a sua odiosa marca: Flor do mal!
E se foi.
Do mesmo jeito que a conheci,
Como se nunca estivesse aqui.
E morreu
Do mesmo jeito que nasce
Como se nunca quisesse que estivesse aqui.
E dói.
Do mesmo jeito que doeu,
Como se fosse difícil aceitar de volta a condição de isolamento.
E arrancou.
Do meu coração a metade das palavras
Só pra não me deixar esquecer que, um dia, aquilo foi tudo o que eu sempre quis brincar.

FIM.

Ushuaia Dean 17 de Julho 2011- Belo Horizonte/MG.

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