sábado, 26 de maio de 2012

SIRVA-SE DE MEUS RESTOS

                                       FOTO USCHUAIA DEAN 2011

O sábado foi de surpresas e mais uma decepção com amigos ou supostos amigos, coisas que acontecem em nossas costas e calam-se numa tremenda falsidade, mas prefiro me ausentar neste assunto, quero mesmo que aquele copo de cerveja que Flor derramava desde as primeiras horas da tarde tivesse veneno de rato, ou aquele coroinha que assistia ao jogo do Galo tranquilamente tivesse uma pistola automática engatilhada diante das têmporas dela que sem vergonha não tirava os olhos daqueles cabelos brancos. Ele ia ao banheiro e Flor atrás. Pior que estava de Love com o Senhor Boneco, um médico gordo todo de branco, de bigode discreto em meio aquela armação de óculos escuros... Às vezes em papo com o Aerporto de Mosquito e seu namoradinho meio gordinho, cara de Don, mais uns carinhas diferentes que não os conheço e parecia-se nas trevas e talvez com desejo de vingança e com gosto de morte na ponta da língua vibrou quando o Avaí fez o gol,tudo ficara escuro dentro de meus olhos,mas por temer que Ternurinha ,eu ou Marcola tivéssemos uma navalha escondida pronta a cravar a  sua gengiva ou um plano de destruição,logo calou-se e teve que ouvir gritinhos dos galista a cada gol que marcava os zagueiros do Galo...
A mesa dela havia oito piraúnas, um velhinho de óculos, cabelos brancos que parecia namorar um boy que toda hora saia para fumar e falar ao celular... O médico alisava Flor que respondia e mesmo assim os olhos atentavam as cenas prontas de torturas que gostaria de praticar com velhinho atleticano de belos olhos azuis, saboreando uma enorme pizza noutra mesa. E Ternurinha cochicha aos meus ouvidos que tem nojo, tem ódio de Flor e  certa vez no Bar do primo o desdenhou .Ternurinha joga na cara dele que jamais o queria,pois é chegada em bofe,aqueles rapazes sarados e discretos não bicha na pele de michê....E Ternurinha sabe o que fala,pois nunca,jamais transaria com Flor..Quebrar louça,meu Deus?Seria ter pesadelos com a própria morte, é como ter pensamentos suicidas. Você já imaginou ter o privilégio de escolher a própria morte? Por asfixia? Overdose? Um salto ao além? Uma explosão de pólvora que espalhe seus miolos para todos os lados? Que não seja para chamar atenção seja real e verdadeira. São texturas da vida que as pessoas escondem. O medo da loucura.
E enquanto tento assistir ao jogo observo os trejeitos de Flor e de sua turma e imagino a minha crueldade também. Flor já imaginando se entregar completamente ao Senhor que o chamarei de Lemon e não ser obrigado a colaborar com esse mundo imbecil de Dom Serafim, Heliodora etc. e tal. Traça uma realidade paralela e ignora todo o resto. Ignorar as responsabilidades, as contas, as amizades, os amores, os colegas de copo, a beleza que se pode encontrar em meio a tanta podridão. Isso é crueldade. É egoísmo. É ter consciência de que centenas, ou apenas umas dez pessoas sofrerão muito com uma decisão radical. Mas e se Flor for desprezada? Mesmo assim ignora tudo que fez até hoje, o que conquistou o que conseguiu o que nutriu naqueles que a usaram e outros que a amaram. É a maldade. O pensamento insano. A parte mais imunda que temos dentro de nós e que ocultamos cuidadosamente dentro de um cofre.
O Aeroporto de Mosquito pede a conta, ele mesmo vai ao caixa pagar, depois me perdi no jogo, não vi de onde saiu à grana. O Senhor Boneco despede-se dos sete, fala alguma coisa com Flor sai. Também o garoto Danton sai com o Arias e ficam as piraúnas... Falam,riem,mostram ingressos de jogos que ela e Gustavo foram a Arena do Jacaré, secavam o galo, mas saiu o terceiro gol e pronto... Hora de irmos embora para a saideira no HI FI. Eles também estão saindo e noto que sorrateiramente Flor passa um papel com o número de fone ao Lemon e outro forasteiro sério, mini-homem de tão pequeno que assustado parecia não entender a nada... Tenho em mim todos estes pensamentos, os desejos, e reconheço que isso pode soar absurdo. Pode ser agressivo. Inclusive desnecessário em minha exposição. Que diferença faz? É o choque. É se imaginar deitado dentro de uma banheira onde o sangue e a água se misturam. Onde a vida se esvai sem que ninguém possa socorrer. O limite entre o que é real e as alucinações que vem com o frio. É a cena de horror. Há esse lixo todo dentro de mim no momento e não posso deixar de servir aquele bando de ratazanas e baratas tontas que antes de minha morte, me faz escrever...
NO HI FI pegamos uma mesa, encontro Popotinha com um sujeito, alguns amigos de Lan lan e Marcola aparecem,a mesa aumenta ,sorrisos  a parte e num canto Flor já estava também a espera de mais alguém...Aparece Gê,Bodinho que desta vez e mais uma, não nos cumprimenta,logo que viu o Ricardão tratou de virar as costas,havia a alguns sábados levado um fora de Ricardão...E me bateu uma vontade enorme de me comportar como um idiota. De fazer com que a Flor e as outras sentissem indignadas com tamanha falta de respeito. É como disparar bombas em ônibus escolares. É como atravessar um cruzamento com o farol fechado e se chocar contra um caminhão em alta velocidade. Ouvir o zunido do fim. O último olhar, o último ar a ser recebido pelos pulmões. Há toda essa fantasia mórbida vagando pelo meu cérebro. E reparo que não existe qualquer compromisso com o bom senso ali naquele quintal, o meu preferido HI FI. Não há qualquer interesse que não seja o de ofender. De atacar, tomar sentimentos, grana e corações. De machucar, de triturar qualquer sentimento de compaixão. Não quero o torpor da pena alheia, muito menos palavras de carinho ou incentivo de carcarás nocivos. Quero vomitar a última gota de fezes no caminho reverso, e fazer com que todos sintam o cheiro de bosta escorrendo pelo nariz. Infestando o ambiente com o odor da putrefação de minhas ideias mais bizarras. E navegar na desordem que estes pensamentos possam causar a elas todas. Tornar insuportável a continuação desse texto e ao mesmo tempo estimular a curiosidade que parece ser tão podre quanto tudo que relatei a cada linha. Somos iguais em desgraça, como disse certa vez o poeta. Não quero sua piedade, quero seu pavor. Seu terror. Nem olhar sério e medroso de Óx que estava lindo numa camisa preta que o presenteei quando vim de Roma em 2007 e adentrou o bar e foi-se para um canto beber a cerveja, companheira solitária de alucinações de alguém sem sentimentos, mas que acho no fundo está tentando se encontrar como gente neste mundo.
O papo rolava solto e acabei sendo o bobo da corte. Contei piadas,sorria,abraçava, chorava de rir de novo, vendia alguns convites da feijoada e quando Óx passa por mim e vai ao caixa acertar a conta, vou ao banheiro e acho que vomito ali palavras bonitas, texto poético diante do espelho e solto junto da urina tudo que viria a ouvir do garçom. Você já se acostumou a ler e me arrisco a dizer que talvez não lhe cause tantos sentimentos. Agora experimente o desconforto, e confronte uma face completamente improvável de ser retratada publicamente por uma pessoa que você pensa que conhece. A agressão verbal de Mareth ao Òx na sexta, trêbado após copos e copos de vinagres.. Aquilo soou muito forte e triste aos meus ouvidos, pois tanto Re, quanto Caçulinha e o Pimpão afirmaram a mesma coisa. Fiquei a imaginar as razões, mas ninguém tem direito de agredir tanto assim e Mareth se achando a Dona do Mundo saí baforando a quem quer que passe em sua frente. E dois dias que ela não me liga.Nãos ei se vai me contar,farei de bobo e agora sim darei um super tempo de meu quintal favorito.darei as caras por lá no sábado e talvez pela sexta já em fim de noite.Não quero mais perder meus cabelos com tragédias Marethianas...
A mesa de Flor vai esvaziando, ficando apenas ela, mais dois e DoNDOCA que parecia calma, embora numa blusa vermelhona chame atenção e como que loucura fosse aventura... Em dado momento estou com Popotinha e mais um amigo no balcão e avisto Flor agarrada em DoNDOCA atravessando a Bia Fortes... Certamente a noite teria um final lá na Estação 2000...
O ponteiro do relógio já ia longe quando resolvo voltar para casa, quase duas horas e a única saída é aguentar mais uma noite de frio solitário, achando bom, pois esqueço que quem e inventou a sacanagem não tinha medo da salvação...Chegamos ao fim.
Isso tudo também é uma arte.Ou não é?

Uschuaia Dean, domingo 29 de maio 2011.

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