segunda-feira, 5 de março de 2012

INTRIGAS, ABRAÇOS, AFETOS...


FOTO ARQUIVO PESSOAL 2011

Anti- véspera de Natal e o rapaz esboça um sorriso solto... Daqueles que saem quase sem querer e de dentro da alma. Olha a vida com olhos de primeira viagem. Sente o coração bater como se nada mais importasse. Vibra com os pequenos e simples milagres da vida e acredita, fortemente, que o instante mágico existe todos os dias.
E reza para que consiga percebê-lo e aproveitá-lo... E agradece, porque aprendeu que a gratidão é o que a aproxima das verdades... Aquelas pequenas e grandes que muitas vezes passam despercebidas diante dos olhos distraídos era a senha para uma paquera que não aconteceu, afinal não dei margem nem para algum papo comigo.
Dizem que sou impiedoso, mas aprendi que não vale apena uma noite de sexo com algum desconhecido que não sei de onde apareceu de repente.
Depois de muito caminhar sem direção, Óx decidiu sentar-se à mesa bem a minha frente e nem sabia o que aconteceria em seguida. Estava exausto e virou dois copos de cerveja seguidos. Rosto manchado pela mistura de chuvas, talvez lágrimas e suor. Os pés deviam latejar. Pensara o que a levara a estar lá. Só conseguiu enxergar as dores, desilusões e decepções após chegarem aves de rapinas, carcarás. Ratos da noite, passarinhos predadores como ele, o carcará mor. E então começou a repassar toda nossa história em sua cabeça. Lembrou-se do caminho que percorreu até chegar a mim, tantos nãos e senões. De todas as alegrias, experiências, conquistas. Sim, ele ganhou muito mais do que perdera. Riu mais que chorou. Viu mais estrelas do que nuvens cinzentas. Experimentou tantas novas sensações... Tantos novos lugares. Permitiu-se ousar. Exigiu crescer, romper com o passado. Amadurecer. Desabrochou tanto que seu perfume contagiou a todos. Abriu-se a novos aprendizados. Rompeu barreiras. Surpreendeu-me e aguou
Quebrou a cara e pôde sentir-se fortalecido e não perdeu o medo de demonstrar fragilidades. Renovou os melhores sentimentos. Confirmou sua fé. Fortaleceu os verdadeiros laços de amor, amizade e confiança. E foi nesse momento que o que não era real, ruiu. A dor que a conduzira àquela mesa não era dele. Veio das mentiras nas quais um dia ele acreditou. Mas olhando para trás, ele decidiu abandonar aquelas bagagens e abrir o coração para o perdão. Mais leve, com duas pequenas lágrimas de felicidade que teimavam rolar pelo seu rosto, ele olhou para o céu. Logo começaria a chover. Então ele ficou ali, sentindo as primeiras gotas a tocarem seu corpo, até que começou a me olhar sendo abraçado pelos amigos que me desejavam UM FELIZ NATAL.
Era o momento de’u lavar a alma após todos os abraços, beijos e afetos, bem a sua frente. Abri-me para os novos amigos e alguns conhecidos há mais tempo e sentia novos olhares enquanto ele nota mais uma vez que estou feliz.
E foi naquela noite despretensiosa que ele percebeu que era necessário parar de me olhar, observar os abraços daquela Flor, da Bispa, dos ratos da noite, mas que não me arrancaram pedaços.
Desligou-se da tomada os olhares retos, mas notava os indiretos e certo sorriso de esperança em que eu lhe desejasse um feliz Natal também. Arregalou os olhos e bebeu mais um copo. Olhando para Rua movimentada viu toda a história passar como num filme. Decidido a ter novas cenas, levantou. Olhou-se no espelho em frente o banheiro do bar e se viu como se fosse à primeira vez. Era hora de se conhecer novamente. De se conectar com o seu “Eu” mais profundo. Era hora também de abrir as algemas e jogar as chaves fora. De sentir novamente a liberdade batendo em seu rosto como uma brisa suave. De se sentir leve, suave. De ter música todos os dias em sua vida. Mais arco-íris.
Abriu um sorrio em minha direção. Reconectou as tomadas e deixou a boa energia fluir por seu corpo. Descobriu quanto tempo perdera acreditando em falsas palavras perdido de si mesmo.
Seria hora de seu reencontro. De deixar que sua estrela voltasse a brilhar. De acreditar que a maré tinha mudado e que ele já podia se jogar no mar sem medo, afinal de contas, ele sempre soube nadar, mas nada disto aconteceu de novo...
Anunciei aos quatro ventos que iria levar o presente de Natal de meu novo namorado lá no Bar do Primo, mas chegando lá achei melhor nem cumprimentar o Pierre, deixando-o ainda mais com pulgas atrás da orelha.
Todos sem exceção abraçaram-me, sentia-me um astro em meio aquela galera cervejeira e galinheiras em noite de quase Natal.

USHUAIA Dean, 01 de Janeiro 2012.

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