sábado, 3 de março de 2012

APENAS CONTADOR...




APENAS CONTADOR...

Apenas tenho ideias que fluem naturalmente. As palavras bonitas, coloridas, tingidas pelo rigor ficam por conta do advogado, esse sim deve ser um verdadeiro escritor...
Eu apenas sou contador de estrelas, de bezerros, de flores pelo Quintal, carcarás, assanhaços, sabiás e bem-te-vis, de crianças pela vida.
O que ele sente sempre fora mais forte do que ele, o mesmo que eu e todo mundo. Mais que suas convicções.
Do que suas vivências. Do que tudo o que sonhara para si.
Mais forte até do que seu amor-próprio.
Mas o advogado não sabe disso até tudo se perder numa esquina qualquer da cidade.
Numa noite sem muitas estrelas e nem o sinal da Lua.
Numa noite em que o cinza ficará marcado nas lembranças mais vívidas, até que um dia, sem ao menos perceber, ele estará novamente ali, na mesma esquina,como num insight, ele perceberá quanto tempo perdeu tentando entender o que não tinha explicação.
O problema não é ele. As dificuldades não vêm dele. Mas consegue fazer com que ele acredite nisso, sendo atormentado por lembranças que nunca existiram.
Será aí que entenderás que estará livre.
Liberto de um passado que há muito havia ficado para trás.
E com as chaves certas, nos lugares certos...
Bobeira querer se enganar, um dia vai estar mais leve, com ou sem a turma do gueto...
Obrigado pelas palavras, mas ainda vou desaparecer neste mundo nada mudo e levarei comigo só as roupas, pois elas ajudam a esconder minhas indecências e as decências de amores passados e Óx é o ex, um personagem que criei para esconder a identidade de um cara maldoso, frio, calculista e perigoso, um médico monstro que sei lá quantas vidas tirou deste mundo sem ao menos dar-lhe-as a chance de respirar... Esse açougueiro só sabe fazer parto a moda antiga e ainda liga as potrancas sem conhecimento de causa...
Seria “dar-lhe-as”? O que sei que dei a mensagem...
Meu bom dia e aquele abraço.
Ah!Mimi, Vinagrete foi tão infeliz na sexta feira que até agora não me ligou. Dei um vinho de Natal e ela teve o desplante de ignorar e acabou quebrando garrafa, nem um Feliz Natal deu-me por fone ou e-mail... E decidi não sair mais pelos bares da vida todas as noites com ele, afinal quando não tem companhia eu que sou o para-raios.
Vez outra deve ir ao Quintal, apenas tomando um guaraná fingindo ficar bêbado para sacar as histórias da noite daquela turma que acabam inspirando- me. Não dei um presente bom a ele e ninguém porque não pude mesmo...
Queria sim presentea-lo com uma ótima camisa da lacoste ou um rolex, mas sinceramente não tenho gasto aquilo que já nem tenho mais, sem poder... Está de recesso no trabalho e daqui a pouco aparece na Praça,no Casão cheio De pompas,mas tudo bem,é assim mesmo,afinal eu dependo mais dele,que ele de mim,só que ficarei na minha e mais calado.Não comente nada com ele,pois sei que na verdade é assim,egoísmo,falta de senso e camaradagem com os amigos parece nunca ter sido o seu forte,quer ser o SOL,o centro das atenções,mas no fundo sou mais eu e dobro...
Até logo...
Ushuaia Dean

Dezembro 2011

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