segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A MESMA COISA


A MESMA COISA

Algumas pessoas me olham. Parecem sedentas, faltam cores e coisas, charmes, aquele it rotineiro, faltam afetos, falta verdade em cada rosto. Um desejo a mais e a segue á vida.
As mesas ainda estão vazias, um casal parece resolver pendências financeiras e um gigante moreno, de barba farta e esbranquiçada parece me comer com aquele jeito de tarado frio. Um estrupador quem sabe?
A noite segue sem novas caras, as mesmas ratazanas e caracarás a caça rotineira e eu pensativo.
 - Meu Deus quantos olhos, quantas criaturas com cheiro de enxofre!
O Gigante se foi com os aliados e me sinto aliviado, assim estarei a salvo daquele cara gigante que me fitava calado, parecia mais um personagem de cinema, um Asterix às avessas.
As mesas vão enchendo e um bolinho de gente se formando e o michê negão chega com cheiro de eucalipto e abraça o velho que sempre o deu boa vida.
Os infelizes vão chegando e alguns nos cumprimentam...
Aparece Bodinho e Noel... Como não havia mesas a disposição Bodinho se oferece para sentarem em nossa companhia e Marcola se ajeita num canto da mesa, o papo corre solto... O Noel tem um papo agradável, mas o Bodinho com cara de tonto ou te Turco Suicida é um saco...
Estão esperando Flor e Jukim que não demoraram aparecer. Jukim muito educado nos cumprimentou,assim como Flor com a mesma calça Jeans ,um tênis mais surrado e uma camisa da Lacoste em branco, azul marinho, azul mais piscina e ali começou a beber e falar asneiras.
Falamos da festa e perguntou se lá teria coroa e eu disse que certamente... E não perdia a oportunidade de soltar olhares a aqueles monstros da noite.
E chegava um e outro e aqueles cumprimentos e a pergunta sobre minha viagem a Paris e ai meu amigo é que aproveito e mando bala. Falo tudo  quê sei e que não sei e deixo as bonecas de queixo caído..Tirando o Noel que é mais escolado,as outras não tem nem noção de onde fica Paris...
Coitadas nada sabem nada de nada, nem sobre o amor, acho que um pouco de dor, pois só sabem lamentar.
Quisera eu estar com parte do coração em labaredas e a outra em questionamentos.
Passa novamente com o mesmo figurino Hedionda e Pires e vão para Praça como se Flor não representasse nada. Mas, pude notar que longe Hedionda não tirava o olho do michê mor...
Mareth já estava no Amarelinho com alguns conhecidos enchendo a cara de vinagrete e feliz, afinal gozou na base dos cinco dedos com um coroa lá na sauna Samurais e estava toda feliz.
Mas o coração de Mareth parece despedaçado, repartido, um segredo e um reflexo da verdade.
Desejava ela ter certezas, ter caminhos seguros e não ter que trançar todo tempo os sentimentos. Repetir fatos falsetes e sentir-se feliz, porque mal conheceu um Senhor e se masturbaram.
Difícil tarefa, desfazer as tranças e laços e nós e de quando em quando perceber as brechas e represar a solidão.
Vez outra ia ver Mareth e me aparece um ex-namorado do Marcola, ficou um pouco de papo e quisera eu saber lidar, sabiamente, com a "magreza" dos tempos que só resta à perseverança e a necessidade de sobreviver.
Difícil tarefa, ter boa vontade, paciência e fé de que o amor se regenera e se refaz. Mas ali ninguém sabe o que é o amor, ou sentimentos.
Refeito fiquei de uma duvida. O Fefê na verdade não é sobrinho do Marcola. Realmente não poderia mesmo, pois o Marcola é fino. O Fefê é filho do marido da irmã dele. Ou seja, ficou sendo sobrinho, por eles estarem sempre juntos. Mas, de sangue Fefê não é nada do Marcola...
E assim foi passando a noite e mais uma vez senti que não vale mais a pena falar de Flor e essa turma do Pererê que o acompanham.
Haviam duas pessoas que me chamaram a atenção, mas eu com menos defeitos, quem sabe o amor seria mais alcançável, menos árido, mais palpável. Indissolúvel quem pode dizer do que ele é feito? Da substância mais inflamável que pode haver corroí fria e docemente o coração humano.
Nem hesitei e continuei na minha, pois difícil não estar na trajetória da "bala" nem no "olho do furacão", pois o corte e o sangue são inevitáveis.
Podia eu ter mãos que curam o meu coração, mas não tenho. Outros não me alcançam por isso.
Queria eu ter imunidade, não tenho e saber futuros destinos, me antecipar ao risco, não sei.
Desejava eu saber como seria se meu caminho fosse outro,pela exigência o tempo me traz saudades.
O que sei que sobre o amor não sei nada.
Ah se eu soubesse?

Uschuaia Dean, 01 de Outubro 2011 – Belo Horizonte/MG.

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